quarta-feira, abril 26, 2006

Nos salons de baile

A aventura começa num salom de baile. Nom podia ser menos tratando-se de Marful, da sua música cheia de reminiscências dessa época em que os salons eram parte fundamental na vida social das vilas.
Mas nesta aventura, muitas mais cousas pressagiavam um autêntico relacionamento entre o espaço e as pessoas que iam recriá-lo para o disco. Pintada na parede da entrada estava esta frase "Baile de rua". La Rua, assim é como se conhece a rua onde morou o Fernando Fuentes na sua vila, embora o nome oficial fosse outro. Apenas acaso?


Nom vos fago esperar mais, aqui vos deixo as palavras do Fernando descrevendo a chegada ao Salom:

"(...) surpreendeu-nos a maneira em que estava pintado, e estávamos falando perto da porta das curiosas cores do papel pintado, as riscas verticais cor-de-rosa e azuis... era umha sensaçom como de conto, estranha e divertida a vez, detida no tempo também...
Dei a volta distraído, olhando ao redor, vim detrás de mim, pendurado, inclinado na parede, um espelho desgastado polo tempo. Reflectia-se uma das lâmpadas do tecto: foto!
Quando vi a foto, dou-me conta de que a parede de enfrente parecia ter muitas mais riscas no reflexo: outra foto!
...nesse momento, lembro um ambiente parecido na minha vila, a muitos kilómeros de ali... -Medina de Rioseca, em Tierra de Campos-, vem-me à memória o meu avô Gabriel, e um sítio parecido que havia debaixo da casa, com sala de baile, bar sem porta na entrada, um balcom muito alto desses de pôr-se nas pontas dos pés -quando és um menino e quase também de maior-...
pergunto instintivamente:"... e neste sítio, que se bebia naquela época? sifom
?"

Basta por hoje. O sifom é o grande protagonista desta aventura que vos estamos contando. Mas pertence a outro capítulo.

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